terça-feira, 4 de outubro de 2016

NOITE

A noite se aproxima a passo de ganso, matreira, espiando o solitário, junto com ela a saudade, sorridente chega alisando meu ombro e cheirando minha nuca exposta enquanto leio minha obra prima- Zaratustra- Sinto sua presença e minha nuca toda se arrepia,  meu coração apertado, minha garganta seca e meus olhos firmam o olhar na janela em busca de uma saída que não existe. A saudade bandida morde meu coração com dentes afiados de lobo selvagem e aperta firme sem mastigar, somente aperta. Pensar que ela já esteve aqui ao meu lado e sua boca estava ao meu alcance parar beija-la a qualquer momento, que seu corpo estava aqui neste quarto escuro exalando seu cheiro de fêmea implorando para que a devorasse e agora só resta este  quarto cheirando a mogno, a noite e a saudade. Aperta maldita com força, até que pare de bater.
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domingo, 2 de outubro de 2016

FOME

Eu tinha fome, muita fome, sentia como se fosse desmaiar, enquanto meu estômago e meu ser urrava silenciosamente de fome. Então qual seria minha fome maior??? A fome de leitura, de sons, de comida, de sexo, de respirar, de sonhos, de gritar, de imaginar, de realizar meu desejos??? qual???  E depois de realizados estes desejos não seriam substituídos??? Não, não pode ser assim, minha fome há de ser eterna como a primavera. Eu tinha fome, muita fome de ser amado...
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